“Não pode você dizer-me quem eu sou, e eu não posso dizer-lhe quem você é. Se você não conhece a própria identidade, quem o irá identificar? Os outros podem dar-lhe um nome de um ou um número, mas não podem jamais dizer quem realmente é você. É coisa que só mesmo cada um pode descobrir interiormente”.
Descobrir o “eu” do outro é condição inarredável para descobrirmos o nosso próprio “eu”. Passa-se uma vida inteira para acertar as contas com o próprio eu, e é praticamente impossível definir o “eu” dos outros. Não basta amar. Se amar bastasse, pais e filhos, marido e mulher não teriam tanta dificuldade de conviver. Amam-se, mas, não se compreendem. Amar é querer aprender e compreender, mas não é necessariamente compreender o outro. Ajuda, mas não é tudo. Por isso devemos amar mesmo que não compreendamos.
Quando descobrimos boa parte do nosso eu, o que já pode acontecer na juventude, não precisamos nem devemos esperar descobrir as outras partes de nós mesmos, para só então ir descobrindo os outros. O pouco que sabemos de nós mesmos já é suficiente pra tentarmos descobrir os outros. Eles continuarão nos ajudando nas descobertas do nosso eu e nós lhes ensinaremos a se descobrirem.
Ninguém descobrirá sozinho quem ele é, mas só ele pode assumir essa descoberta. Um outro pode nos ajudar a achar a fonte e o rio, mas beber ou não beber, nadar ou não nadar, depende de nós.
Só entenderei essas coisas, se entender porque ele me chama de outro, ou de tu e porque ele se chama de eu. Terei muito mais dificuldade de ser eu se não aceitar o “eu” dele. O “nós” só dá certo quando um eu respeita o outro eu! (Padre Zezinho SCJ - ceu.climatempo.com.br - março de 2008)
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