terça-feira, 28 de agosto de 2007
O maior dos mandamentos
Semana passada eu trocava um dedo de prosa com o padre João Francisco acerca da relação Deus/criatura. Sábio, o nosso santo padre recordava da condição sine qua non explicitada por Jesus ao escriba que queria saber o primeiro de todos os mandamentos. ‘Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todo o teu espírito e de todas as tuas forças’, ensinou-lhe o Mestre. E emendou: ‘amarás o teu próximo como a ti mesmo. Outro mandamento maior que este não existe’. Deus que me conhece muito bem, melhor que eu mesmo, sabe que não tenho conseguido, nem de longe, viver essa proposta. Amar os amigos e aqueles a quem a gente quer bem é mamão com mel. E os inimigos? Eu até quero (vez ou outra), mas meu coração ainda é muito duro. Quantas e quantas vezes eu já não desejei ou sugeri a morte de estupradores, seqüestradores e homicidas. Perdi a conta das vezes que ‘condenei’ ladrões e assaltantes à prisão perpétua ou chibatadas, três vezes ao dia, com vara de marmelo; quantos e quantos políticos eu já ‘sentenciei’ a apanhar com gato morto até o gato miar? Eu sei do maior dos mandamentos, mas não consigo vivê-lo, e, desgraçadamente, não amo meus inimigos. Pior, eu já sei a minha paga; está escrita na primeira carta de João: ‘aquele que diz conhecê-lo e não guarda os seus mandamentos é mentiroso e a verdade não está nele’.
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