terça-feira, 13 de janeiro de 2009
Ninguém ama o que não conhece
Eu era ainda adolescente e dava meus primeiros passos num grupo de oração da antiga igreja quando alguém da turma resolveu apresentar-me a um seminarista e dirigente de outro grupo. "Não o amo porque não o conheço", disse ele. Duras, mas sábias eram as palavras daquele seminarista. Hoje, depois de cerca de 30 anos naquela igreja, recordo que raros foram os momentos em que me vi com a Bíblia nas mãos. Posso dizer, ainda, que igualmente raras são as lembranças de outros da mesma comunidade a folhear o Livro Santo. Lógico que a gente tinha acesso aos folhetos dominicais, catecismos e às 'santas doutrinas'; a Carta de Amor do Criador, no entanto, era objeto de procissões ou ficava aberta em algum altar, mas longe das mãos dos fiéis. Nas nossas casas, a cena por vezes se repete. A Bíblia serve como mero amuleto, aberta em alguma das páginas centrais, em altar especial da sala, às vezes até com vela acessa ao lado e algumas flores. Distante dos filhos, a Carta do Pai apresenta páginas já amareladas pelo triste abandono. De fato. Ninguém ama o que não conhece! (9/01/09)
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