segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

Saudades

O escritor norte-americano Mark Twain, pseudônimo de Samuel Langhorne Clemens, ensinava: “vivamos de tal forma que, quando morrermos, até o agente funerário sinta saudades”. Na mesma linha, mas com outras palavras, o poeta Olavo Bilac escreveu que a saudade é a “presença dos ausentes”. Outro poeta brasileiro, Carlos Drummond de Andrade dizia que “a melhor medicina contra a saudade é a falta de memória”. Nunca fui de exercitar a memória para nomes e números, prefiro usar o espaço da lembrança para os lugares e pessoas agradáveis. As peladas com os amigos na rua larga em terra da 24 de Outubro, atual Paulo Scandar, as pescarias de peneira ou de loca e corpo lambuzado de barro-branco, no rio Ribeirãozinho não saem das minhas lembranças. Assim, acertou na mosca o escritor português Camilo Ferreira Botelho Castelo Branco quando disse que “a saudade pelos vivos é dor suave”. Talvez, por isso, quando paro as engrenagens da vida e viajo nas lembranças de meu santo pai Fernando e de meu querido irmão Carlinhos, o coração chora e as lágrimas são inevitáveis. Ora de dar razão ao gaúcho Mario Quintana, para quem “para sempre é muito tempo. O tempo não pára! Só a saudade é que faz as coisas pararem no tempo”.

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