
O jornalista Gilberto Dimenstein, membro do Conselho Editorial da Folha de S. Paulo, defende a distribuição da pílula do dia seguinte pela rede pública de Saúde. O jornalista baseia sua tese em pesquisa realizada pela ginecologista Albertina Duarte, professora da USP (Universidade de São Paulo), que constatou um crescimento expressivo do consumo da chamada pílula do dia seguinte para evitar a gravidez entre os adolescentes. “Como um milhão de adolescentes engravidam por ano Brasil, a maioria delas (661 mil, para ser mais preciso) tornadas mães precoces e as demais submetidas ao trauma do aborto, vemos a importância dessa pesquisa”, disse. Na opinião de Dimenstein, “percebe-se que a adolescente, se puder, prefere postergar a gravidez e, claro, evitar o doloroso aborto. Tal tendência cresce ainda mais à medida que as jovens ficam mais tempo na escola e têm planos de futuro. Dados recentes mostram que na cidade de São Paulo o aumento da matrícula no ensino médio corresponde uma redução da taxa de gravidez precoce”. Segundo ele, “raríssimas ações poderiam custar tão pouco e gerar impactos sociais tão rápidos como facilitar o acesso a métodos anticoncepcionais, e reduziria, a curtíssimo prazo, a evasão escolar, aumentaria no médio prazo, a renda das mulheres, e, a longo, seria mais uma arma, entre várias, para combater a violência”. Dimenstein entende que “essas 661 mil mães precoces, milhares delas entre 10 a 14 anos, são parte do custo da ignorância combinado com o medo dos governos em enfrentar dogmas religiosos e a inoperância das redes públicas de saúde. Pagamos isso em mortes”. Apesar do respeito que tenho pelo colunista, ouso dizer que o tema é polêmico, mexe com dogmas de fé e carece a análise mais serena.
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