quarta-feira, 27 de junho de 2007
Anjo de resgate
terça-feira, 26 de junho de 2007
Pílula contra o aborto

O jornalista Gilberto Dimenstein, membro do Conselho Editorial da Folha de S. Paulo, defende a distribuição da pílula do dia seguinte pela rede pública de Saúde. O jornalista baseia sua tese em pesquisa realizada pela ginecologista Albertina Duarte, professora da USP (Universidade de São Paulo), que constatou um crescimento expressivo do consumo da chamada pílula do dia seguinte para evitar a gravidez entre os adolescentes. “Como um milhão de adolescentes engravidam por ano Brasil, a maioria delas (661 mil, para ser mais preciso) tornadas mães precoces e as demais submetidas ao trauma do aborto, vemos a importância dessa pesquisa”, disse. Na opinião de Dimenstein, “percebe-se que a adolescente, se puder, prefere postergar a gravidez e, claro, evitar o doloroso aborto. Tal tendência cresce ainda mais à medida que as jovens ficam mais tempo na escola e têm planos de futuro. Dados recentes mostram que na cidade de São Paulo o aumento da matrícula no ensino médio corresponde uma redução da taxa de gravidez precoce”. Segundo ele, “raríssimas ações poderiam custar tão pouco e gerar impactos sociais tão rápidos como facilitar o acesso a métodos anticoncepcionais, e reduziria, a curtíssimo prazo, a evasão escolar, aumentaria no médio prazo, a renda das mulheres, e, a longo, seria mais uma arma, entre várias, para combater a violência”. Dimenstein entende que “essas 661 mil mães precoces, milhares delas entre 10 a 14 anos, são parte do custo da ignorância combinado com o medo dos governos em enfrentar dogmas religiosos e a inoperância das redes públicas de saúde. Pagamos isso em mortes”. Apesar do respeito que tenho pelo colunista, ouso dizer que o tema é polêmico, mexe com dogmas de fé e carece a análise mais serena.
segunda-feira, 11 de junho de 2007
Perplexos e aliviados
A decisão dos ex-prefeitos Milton Nadir e Tato Nunes de não disputar as eleições municipais de 2008 continua dando o que falar na seara política da cidade. Caciques dos partidos locais saboreiam um misto de perplexidade e alívio, ao tempo que adversários juramentados perderam o rumo do debate. A quem agredir, desmerecer, criticar, enxovalhar ou esculhambar nos palanques da vida? O que fazer com os arsenais arregimentados nas encruzilhadas do poder? Passado o decision day, qual armamento levar para o front de batalha? Perplexos e aliviados, muitos não sabem se casam ou se compram uma lambreta. Súditos do castelo imperial entendem que “agora não tem pra ninguém”, que “é macuco no embornal”. Devagar com andor que o santo é de barro, diria vovó Alvarina. Cautela e caldo de galinha não fazem mal à ninguém, receitaria vovô Benedito.
A decisão serena de Milton e Tato – ambos alegaram compromissos com a família e empresas ao tirar os times de campo – abre vaga para novas lideranças. Falando nisso, o que tem de neguinho, branquinho também, se arvorando no direito de assumir tal “encargo” não tá no gibi. Gente, inclusive, que não tem o menor desconfiômetro. Fazer o quê? Todo mundo tem direito de querer ser isso ou aquilo. Serão, se as convenções indicarem e as urnas ratificarem, obviamente. Mas tem muita gente boa a merecer sentar por quatro anos na cadeira do reino. O tempo dirá. Façam suas apostas senhores.
Como folha de bananeira
fonte: Tribuna (01/06/07)