Neste pequeno planeta, que, de tão pequeno nem sequer seria visível de Júpiter, aconteceu um fenômeno incrível chamado homem, feito de humo, feito de terra, feito de pó. Bíblia não é um livrinho tão ingênuo quanto alguns cidadãos, supostamente mais cultos, gostariam de supor. Em parábolas e alegorias fala do ser chamado semelhante, (homo) em grego; ou de adamah- terráqueo, Adão. Trata do habitante que poderia mudar e mudou o planeta em que vive. Mas ele mesmo é um planeta: não viveria sem o outro, como também o planeta terra não vive sem o sol!
Na história da criação do primeiro casal, há uma colocação impressionante e lúcida: ADAM foi o nome que o autor achou para descrever o ser inteligente e especial que Deus criara. ADAM, de barro, se liga à idéia de terra e humo. A humanidade é terra. É pó. E o ser humano é semelhante a quem o criou. Não é igual: lembra quem o fez.
Vieram os cientistas e pesquisadores e afirmaram que o ser humano é composto basicamente de seis elementos, como também o é a vida. Como o planeta, ele é mais água do que sólido. Como a Terra e demais corpos celestes, é o equilíbrio de seus átomos que o mantém funcionando como um pequeno universo. O que acontece em escala gigantesca, com os astros, gravitando em torno uns dos outros e formando um corpo inteligente: o cosmos, também se dá com o homem. É ele um pequeno universo que reproduz, em escala de microcosmo, as mesmas evoluções do macrocosmo.
Quem criou o Universo, criou este planetinha chamado Gaia, Terra, Earth, Tierra. Quem criou este planetinha, criou um tipo de ser inteligente que veio da terra, que para ela deve voltar e age estreitamente ligado a ela. Em cada árvore que ele mata, em cada rio que polui, em cada metro de céu que suja, o homem morre um pouquinho. Cada floresta derrubada é um suicídio coletivo. Age como o sujeito tolo que serra o galho em que está e cai com ele. É por isso que somos todos suicidas quando permitimos que se desmatem milhares de áreas verdes, ou quando não reagimos às poluições ambiental, visual e sonora. Morremos um pouco quando nos calamos diante de testes atômicos, e assistimos, impassíveis, ao assassinato da vida no planeta.
Somos tão culpados quanto o médico que faz o aborto, a mãe que o decide e a enfermeira que assiste. Criança inocente é como a natureza, seu crime é estar no lugar que queríamos ocupar, ou ocupar um lugar que desejamos lhe tirar. Na sanha de desmatar, poluir e sujar, como aprendizes de feiticeiros, enquanto brincamos com armas atômicas e bacteriológicas, estamos nos matando. E se a terra morrer, o homem morre. Morre junto à árvore destruída, junto ao riacho poluído que, antes, servia à população.
Fonte: Padre Zezinho - ceu.climatempo.com.br - 30/04/2008)
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