quinta-feira, 29 de maio de 2008

Como ter fé se não conheço

Eu só tenho fé naquilo que eu conheço. E para confiar eu preciso conviver, conhecer, saber o cotidiano daquele ou daquilo que eu confio ou pretendo confiar. Por exemplo: Se estou sozinho, parado em um ponto de ônibus, durante a noite, e aparece correndo alguém que eu não conheço e me pede para segurar um pacote. Lógico que a reação mais comum é negar o pedido. Quem se arriscaria a ficar com algo que pode ser produto de furto, de roubo, tráfico, sei lá. O que poderia estar naquele pacote? Se for proveniente de um crime, eu poderia ser pego com a prova material e ser condenado por isso. Agora, imagine o mesmo ponto de ônibus, a mesma situação, só que com uma diferença: quem aparece é seu pai e lhe pede para segurar o pacote. Lógico que você vai atender ao pedido de quem te ama e só quer o seu bem. Você conhece seu pai! Para crer nas palavras de Deus, para confiar em suas promessas, é preciso conhecê-Lo, vivenciá-lo diariamente, através da oração diária, saber o que Ele quer lhe dizer em sua Santa Palavra, o que Ele preparou para todos os que o amam.

quarta-feira, 21 de maio de 2008

Felicidade

Corações ateus ou racionalistas existem aos montes e alguns deles, por certo, procuram algo ou um motivo para vivenciarem a verdadeira felicidade. Têm os melhores carros, a casa e o barco dos sonhos, às vezes nem tanto, mas muito conquistaram ou amealharam mais do que a grande maioria. A esposa e os filhos gozam do bom e do melhor, dispõem dos melhores planos de saúde, desfilam jóias e roupas da alta moda, a mesa é farta, mas não são felizes. O que falta? Onde está o erro? Por que esse vazio teima em ressoar ao travesseiro. Já tentaram identificar o problema, consultaram gente especializada, analistas e nada. No entanto, aquela gente simples, pessoas que têm bem menos ou talvez nem um pardalzinho para dar água, e mesmo assim a vida lhes parece eterna benção, a felicidade é o vosso estandarte. Quem conseguiu aceitar Deus e pra ele construiu eterna morada, sabe o que estou dizendo. Que seria de mim sem esse Salvador? Se tanta gente eu fiz sofrer ao longo de meus erros, outros tantos me espezinharam, maldisseram e maltrataram meu viver. Não teria passado pelo vale das sombras sem a mão de Deus. Sinceramente, oro e peço a Deus que não me permita repetir os mesmos erros nem fazer seus filhos sofrerem. Que eu não seja mais pedra de tropeço pra ninguém. Amém!

E depois da morte?

Pessoas sinceras e bem intencionadas ensinam que a alma precisa de sucessivas vidas para se purificar, pra se livrar do karma de erros passados. Outras pessoas, igualmente sinceras e bem intencionadas, professam que, depois da morte, a alma adormece à espera da segunda vinda de Jesus. Minha igreja católica crê na ressurreição dos mortos. O padre Zezinho, de coluna ao lado, questiona: “Quando o autor escreveu que Jesus prometeu o paraíso naquele mesmo dia ao ladrão arrependido, que a tradição afirma ser São Dimas, após a súplica do mesmo, de qual paraíso Jesus estava falando? ( Lc 23,43). Era céu ou o paraíso do repouso e do sono até sua segunda vinda? Não estava prometendo o céu naquele mesmo dia?”. Alguns fiéis e até pregadores despreparados falam de lugar lá em cima, lugar de fogo lá embaixo, de almas queimando no purgatório, de anjos levando a alma para além das nuvens. A Palavra de Deus ensina que Deus nos formou a partir do barro. “És pó e ao pó voltarás” (Gênesis 3:19). O Livro Santo também fala que “Deus soprou em nós seu Espírito de Vida” (Gênesis 2:7). Assim, creio que ao morremos, retornamos de onde viemos: para a terra, o barro, o pó. Nossa alma, o sopro de Deus, retorna de onde veio: para o coração do Criador. A ressurreição? Sim, acredito! A Palavra diz: “Num momento, num abrir e fechar de olhos, ante a última trombeta; porque a trombeta soará, e os mortos ressuscitarão incorruptíveis, e nós seremos transformados”. (I Coríntios 15 : 52). Como escreveu padre Zezinho, “Deus está no nosso antes, no nosso durante e estará no nosso depois. Esteve no nosso passado, está no presente e nos chama do futuro que Ele também é, porque sendo eterno Ele é de ontem, de hoje e de sempre”. E bendito seja Deus!

segunda-feira, 12 de maio de 2008

Os dons de cada um

O físico e humanista alemão Albert Einstein contou certa feita, que estavam duas crianças patinando num lago congelado. Era uma tarde nublada e fria e as crianças brincavam despreocupadas. De repente, o gelo se quebrou e uma delas caiu, ficando presa na fenda que se formou. A outra, vendo seu amiguinho preso e se congelando, tirou um dos patins e começou a golpear o gelo com todas as suas forças, conseguindo por fim quebrá-lo e libertar o amigo. Quando os bombeiros chegaram e viram o que havia acontecido, perguntaram ao menino: - Como você conseguiu fazer isso ? É impossível que tenha conseguido quebrar o gelo, sendo tão pequeno e com mãos tão frágeis! Nesse instante, um ancião que passava pelo local, comentou: - Eu sei como ele conseguiu. Todos perguntaram: - Pode nos dizer como ?! - É simples - respondeu o velho. - Não havia ninguém ao seu redor, para lhe dizer que não seria capaz.

Sal da terra

"Se o sal perder sua força já não é mais sal. Quando Jesus chamou seus discípulos de sal da terra e luz do mundo estava propondo que suas vidas dessem tempero, preservassem o mundo e que sua luz tirasse as pessoas das trevas. Bonito na teoria. Difícil na pratica. Não há como negar que o cristão é uma pessoa escolhida e privilegiada. Mas isto implica em responsabilidade enorme. Que nosso sal não machuque e nossa luz não cegue ninguém". (Pe. Zezinho - ceu.climatempo.com.br)

segunda-feira, 5 de maio de 2008

Um planeta chamado homem

Neste pequeno planeta, que, de tão pequeno nem sequer seria visível de Júpiter, aconteceu um fenômeno incrível chamado homem, feito de humo, feito de terra, feito de pó. Bíblia não é um livrinho tão ingênuo quanto alguns cidadãos, supostamente mais cultos, gostariam de supor. Em parábolas e alegorias fala do ser chamado semelhante, (homo) em grego; ou de adamah- terráqueo, Adão. Trata do habitante que poderia mudar e mudou o planeta em que vive. Mas ele mesmo é um planeta: não viveria sem o outro, como também o planeta terra não vive sem o sol!

Na história da criação do primeiro casal, há uma colocação impressionante e lúcida: ADAM foi o nome que o autor achou para descrever o ser inteligente e especial que Deus criara. ADAM, de barro, se liga à idéia de terra e humo. A humanidade é terra. É pó. E o ser humano é semelhante a quem o criou. Não é igual: lembra quem o fez.

Vieram os cientistas e pesquisadores e afirmaram que o ser humano é composto basicamente de seis elementos, como também o é a vida. Como o planeta, ele é mais água do que sólido. Como a Terra e demais corpos celestes, é o equilíbrio de seus átomos que o mantém funcionando como um pequeno universo. O que acontece em escala gigantesca, com os astros, gravitando em torno uns dos outros e formando um corpo inteligente: o cosmos, também se dá com o homem. É ele um pequeno universo que reproduz, em escala de microcosmo, as mesmas evoluções do macrocosmo.

Quem criou o Universo, criou este planetinha chamado Gaia, Terra, Earth, Tierra. Quem criou este planetinha, criou um tipo de ser inteligente que veio da terra, que para ela deve voltar e age estreitamente ligado a ela. Em cada árvore que ele mata, em cada rio que polui, em cada metro de céu que suja, o homem morre um pouquinho. Cada floresta derrubada é um suicídio coletivo. Age como o sujeito tolo que serra o galho em que está e cai com ele. É por isso que somos todos suicidas quando permitimos que se desmatem milhares de áreas verdes, ou quando não reagimos às poluições ambiental, visual e sonora. Morremos um pouco quando nos calamos diante de testes atômicos, e assistimos, impassíveis, ao assassinato da vida no planeta.

Somos tão culpados quanto o médico que faz o aborto, a mãe que o decide e a enfermeira que assiste. Criança inocente é como a natureza, seu crime é estar no lugar que queríamos ocupar, ou ocupar um lugar que desejamos lhe tirar. Na sanha de desmatar, poluir e sujar, como aprendizes de feiticeiros, enquanto brincamos com armas atômicas e bacteriológicas, estamos nos matando. E se a terra morrer, o homem morre. Morre junto à árvore destruída, junto ao riacho poluído que, antes, servia à população.

Há um limite para tudo. A Bíblia não é livro tão ingênuo quanto possa parecer. Se deu ao primeiro homem o nome de ADAM (pó, de terra), se o traduziu como HUMANUS, de homo: semelhante ao Criador , queria passar alguma mensagem. A Igreja afirma na Quarta Feira de cinzas: “Lembra-te, homem, que és pó; e voltarás a ser pó”. Mas será muito triste se voltarmos como suicidas. Dos povos suicidas, talvez no momento, não haja nenhum pior do que o brasileiro. Não se desmata impunemente, em 60 anos, quase metade de uma área densamente habitada. Somos um povo desorganizado e doente. E quem não respeita a vida só pode terminar no caos. Que o digam os ecologistas. Sem eles, seremos o país da desordem e do retrocesso. Mais depressa do que imaginamos...
Fonte: Padre Zezinho - ceu.climatempo.com.br - 30/04/2008)