Conta-se que um velho árabe analfabeto orava com tanto fervor e com tanto carinho, cada noite, que certa vez, o rico chefe de uma grande caravana chamou-o à sua presença e lhe perguntou :
- Por que oras com tanta fé? Como sabes que Deus existe, quando nem ao menos sabes ler? O velho respondeu: Grande senhor, conheço a existência de Nosso Pai Celeste pelos sinais dele. - Como assim? indagou o chefe, admirado. O servo humilde explicou: Quando o senhor recebe uma carta de pessoa ausente, como reconhece quem a escreveu? - Pela letra - respondeu. Quando o senhor recebe uma jóia, como é que se informa sobre o autor dela? - Pela marca do ourives. O servo sorriu e acrescentou: Quando ouves passos de animais, ao redor da tenda, como sabes, depois, se foi um carneiro, um cavalo, um boi? - Pelos rastros - respondeu o chefe, surpreendido. Então, o velho analfabeto convidou-o para fora da barraca e, mostrando-lhe o céu, onde a lua brilhava, cercada por multidões de estrelas, e exclamou, respeitoso: - Senhor, aqueles sinais lá em cima, não podem ser de homens! Neste momento, o orgulhoso caravaneiro de olhos lacrimosos, ajoelhou-se na areia e começou a orar também. A narrativa comovente de autor desconhecido no ensina que Deus, mesmo sendo invisível aos nossos olhos, deixa-nos sinais em todos os lugares: na manhã que nasce calma, no dia que transcorre com o calor do sol ou com a chuva que molha a relva... Senhor, ensina-nos a percebê-lo nas maravilhas da criação. Amém!
segunda-feira, 15 de outubro de 2007
A crença do velho árabe analfabeto
São Francisco de Assis
segunda-feira, 1 de outubro de 2007
Dá vontade de chorar
Deu vontade de chorar! A mãe, aos 15 anos, chegou desesperada na Canal Um FM, na manhã de sábado (22), com a filha chorando de fome. Ela não tinha dinheiro para comprar o leite de soja receitado pelo médico, para a filha de seis meses, que sofre de alergia ao leite de vaca e seus derivados. A pobre criatura foi condenada a passar a noite anterior a papa de bolacha porque a autoridade da Assistência Social do município teria dito que o leite de soja só poderia ser entregue no próximo dia 10 de outubro. Até lá, mãe e filha teriam de se virar e comprar o raio do leite, que custa em torno de R$ 30. O pediatra receitou quatro latas no mês por pelo menos 180 dias. O calvário da mãe e da filha tem pelo menos três meses de internações em hospitais de Taquaritinga, Ribeirão Preto e Araraquara, aonde os médicos descobriram que a menina tem intolerância à lactose. Colocado o problema na Canal Um FM, não demorou para os ‘Anjos da Guarda’ fizessem aquilo que é dever de quem ganha para promover e assistir os pequeninos. Lembrei também daquela outra mulher que há mais de mês mora debaixo da ponte e se alimenta das águas poluídas do Rio Ribeirãozinho. Isso, sem falar na senhora de 87 anos, que há mais de um ano espera que a autoridade municipal cumpra a promessa e faça a cirurgia no fêmur, para voltar a andar. Dá vontade de chorar! Infeliz de uma cidade que abandona seus filhos. Pobre dá autoridade que não cumpre seu mister!