segunda-feira, 24 de setembro de 2007

Família Canal Um

Após experiências na Imperial AM e Mensagem FM, desde agosto de 2000 fui adotado pela Canal Um FM, um delicioso caso de amor, uma cachaça da boa, daquelas envelhecidas em tonéis de carvalho. Como diria Roberto, são muitas emoções, porém, inebriado por esta paixão, coleciono alguns tombos aqui e acolá, nada sério, coisa de bêbado. Também, como escapar dos dardos envenenados da calúnia e dos contrários, respondendo pela direção do jornalismo numa cidade que vive política 24 horas por dia. Não dá pra agradar todo mundo! De rabo preso com o ouvinte e pelo ouvinte temos tentado levar esse trabalho nesses anos todos, apesar dos políticos. Graças à Deus, meu barquinho teve a felicidade de aportar na ‘Casa da Canal’, um porto seguro onde fala mais alto o respeito e o profissionalismo. Bom trabalhar num lugar onde a direção te dá a liberdade de ousar e praticar atos de solidariedade. E assim tem sido nossa proposta: informação, interatividade e um espaço sempre especial para a partilha solidária. Já perdi a conta das cadeiras de rodas, alimentos, roupas, remédios, móveis e até materiais de construção que os ‘Anjos da Guarda’ distribuíram aos mais carentes aos longo destes anos. Dizem que o rádio é uma cachaça e eu estou bêbado há 25 anos. Feliz aniversário Família Canal Um FM!

Muito trabalho

O Ministério Público, a Câmara e as autoridades municipais terão muito trabalho, caso queiram verificar a quantas anda o caos na saúde e educação municipais. Não é difícil! Basta dar uma espiadela nos jornais da cidade, acompanhar as reuniões do Legislativo, ou prestar atenção aos constantes reclamos da gente mais pobre da cidade. Ainda não se sabe o real motivo, mas as autoridades locais da saúde decidiram encurtar o horário de atendimento nas farmácias municipais e lacraram dos postinhos do Vale do Sol e distritos, além de abortar os exames que eram feitos na UBS da Vila São Sebastião. Teve quem denunciou que sete pacientes de hemodiálise foram enfiados numa única ambulância. Isso, sem contar a extinção do Programa de Saúde da Família, no bairro Paraíso, a falta de remédios de uso contínuo, as filas quilométricas para exames e cirurgias e outras tantas. Na seara educacional, outro furdúncio. A Merenda Escolar Genérica, com pão de patê de abóbora, de segunda à sexta, é pano pra manga para qualquer nutricionista; o Transporte Escolar Sardinha, com crianças amontoadas, sem assentos e monitores, merece um capítulo à parte. Ações desse tipo fariam corar qualquer cidadão preocupado com o bem-estar de sua gente, em especial daqueles que não têm voz nem vez. O que pensam as autoridades?

quarta-feira, 12 de setembro de 2007

Quatro filhos pródigos

Um belíssimo casal, com quase 30 anos de casados, cinco filhos próprios e três adotivos falava com certa tristeza, dos filhos que deixaram a fé católica. Ajudaram a criar creches, fizeram todas as caridades imagináveis, pagam dízimo para a paróquia e para duas outras comunidades de vida, exímios pais e cidadãos, gente de fé profunda, de repente quatro filhos optaram por deixar o catolicismo. Dois não mais freqüentam, um foi para uma igreja pentecostal e outro anda de namoro com um grupo esotérico.

Olhei-os bem nos olhos e perguntei se tinham criado águias ou serpentes.

-Achamos ter criado águias. Fizemos de tudo para ensiná-los a voar livres e saber o seu espaço.- Continuei:
-Então joguem fora essa culpa e essa tristeza. Filhotes de águia, mesmo quando não voam nem usam as asas, não viram cobra. No devido tempo, quem foi para lá, vai voltar e quem saiu do espaço, a ele tornará. -Ela sorriu serena:
-Deus o ouça, padre, Deus o ouça!
-A parábola da Ovelha Extraviada e a do Filho Pródigo, em Lucas 15,1-32 foram contadas para gente como vocês! Nem Deus tem culpa quando vamos embora, nem vocês, que fizeram tudo o que seu amor de pais lhes inspirou. Filho é alma livre. Alguns deles, águias mais inquietas, acabam se cansando do ninho ou dos seus arredores e decidem voar noutro espaço do céu. Vão lá experimentar outros vôos e a companhia de outras águias. Mas existe um fenômeno chamado lembranças e outro chamado saudade. Um dia,eles quererão saber mais sobre os cinqüenta anos de vôo dos seus pais. Tenho sessenta e quatro anos e já vi muita gente ir embora e voltar. Se vocês fossem maus pais, eu também ficaria preocupado. Mas vocês são bons. Então eu sei que nenhuma outra igreja, nenhum outro pregador , nenhum outro grupo vai dar a eles o que amor que vocês deu por mais de vinte anos. O que vai pesar é isso! Quem fala bonito mais cedo ou mais tarde perde para quem ama bonito! Quem os levou para lá ou para fora, falou bonito, mas vocês vivem bonito! Quando seus filhos que se foram descobrirem o que é viver, voltarão! Não sei se serão católicos convictos como vocês, mas respeitarão a Igreja que uniu e suavizou o casal de quem eles vieram.

E disse ela enxugando uma lágrima:
-Não merecemos, mas Deus os ouça, padre! Respeitamos a escolha deles, só que tem que queremos o melhor para eles e seus filhos. E o melhor para nós, por mais difícil e contraditório que seja é ser católico. Pese o que pesar, carregamos esses vinte séculos nas costas. Não se joga fora uma herança desse tamanho! É por isso que ela pesa tanto!

A palavra dele foi curta e madura
-Somos gratos a Deus por nos ter feito católicos. Espero que um dia eles entendam isso!-
Os filhos? Por enquanto estão voando noutro espaço do céu! Por enquanto!

texto de Padre Zezinho – 4/9/07

ceu.climatempo.com.br

Provérbio chinês

Lembre-se de cavar o poço bem antes de sentir sede, ensina um provérbio chinês. Essa preocupação, no entanto, parece ter passado despercebida pelas autoridades responsáveis por administrar o dinheiro público. Mesmo com o preocupante aumento da taxa de mortalidade infantil e o recorde nos casos de dengue, preferiu-se investir muito dinheiro em carnaval e toneladas de fogos de artifício. Quem é que não gosta de comemorar com a família ou com os amigos? Porém, alguém já disse que quem não tem dinheiro para pagar o bolo não deve fazer festa. Ora, esse cuidado deve ter ficado para outra hora, a julgar pela Merenda Escolar genérica servida aos alunos das escolas municipais. Ou será que pão com patê de abóbora, com salsicha ou outro embutido, de segunda à sexta, tem os exigidos valores nutricionais, em especial, para crianças que dependem dessa refeição como a principal ou única refeição do dia-a-dia? Justifica gastar tanto dinheiro em fogos de artifício se os ônibus do transporte de alunos mais parecem uma lata de sardinha, com crianças sem assentos e sem segurança, conforme denúncias de mães preocupadas? Um outro provérbio chinês ensina que visão sem ação é sonho. Ação sem visão é pesadelo!

Nina

Alguém disse que agosto é mês de desgosto, de cachorro louco. Não foi o que aconteceu. O agosto de 2007 nos deu de presente uma adorável companheira, uma coisa fofa e chameguenta que alegra meus dias e de Priscila e nos perturba as noites, quando cisma de dormir com a gente. Pelos negros e olhar da cor da negritude celeste, ela nos ama. Éramos dois, hoje somos três. Quando nos aceitou por ‘donos’, tinha o tamanho pouco maior que a palma de minha mão. Não cresceu muito ainda, mas já toma parte considerável do nosso tempo. Alegria da casa, ela também se permite irradiar felicidade na casa dos pais de Priscila. O Borracha faz questão de visitá-la pela manhã e à tarde, a Joseane e as crianças não ficam um dia sem os afagos e chamegos da Nina. Quem ama os cães sabe que eles gostam de carinhos sem limites. Não se contentam com o afago, querem ouvir coisas, saber que são queridas, cobram um pedaço do nosso pão. A nossa Nina não é uma legítima Dachshund ou Teckel, teve um tiquinho do Zé. A original também é chamada popularmente de lingüicinha ou salsicha no Brasil, por causa do seu corpo longo. O Teckel foi criado para farejar, perseguir, caçar e matar texugos, marmotas e outros animais que habitam buracos. Nossa Nina sabe que pode mais. Sempre que a gente coloca a chave na fechadura, por menor ruído que faça, ela se coloca atrás da porta e nos espera. E sempre é muito bom chegar.