terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Seja humilde

Abominável é ao Senhor todo arrogante de coração; é evidente que não ficará impune. Prov. 16:5.
A expressão que o autor de Provérbios usa hoje para se referir ao arrogante de coração é muito dura: abominável. Essa palavra, em hebraico to ebah, significa nojento, detestável, perigoso, sinistro.
Uma pessoa orgulhosa é tudo isso. Além de desagradável, é perigosa e sinistra. Pense em Hitler, por exemplo. Sentia-se um deus. Mandou matar milhares de pessoas no seu louco desejo de estabelecer uma etnia superior. Pense em Friedrich Nietzsche, que desafiou o próprio Deus. Os que conviviam com ele não suportavam o seu temperamento.
Já se passaram muitos anos desde a morte de ambos. Qual foi o fim da história que escreveram? O primeiro cometeu suicídio. O segundo passou seu último dia agarrado à estátua de um cavalo, afirmando: “Sou Deus, sou Deus.” “É evidente que não ficará impune”, diz o provérbio de hoje, falando do fim triste que espera todo arrogante de coração.
A arrogância é o caminho direto à infelicidade. O arrogante perde a noção de quem ele é. Em seu delírio de parecer grande, não percebe a imagem ridícula e grotesca que projeta. Esquece que quem quiser ser um homem grande, tem que ser pequeno um dia, para poder crescer.
No conceito próprio, ele nasce grande, é grande, e muito maior que qualquer outro simples mortal. Ironicamente, as pessoas não o vêem assim, não o tratam como ele gostaria de ser tratado, por mais que ele exija, reclame e, se tem poder, até obrigue.
Essa percepção de “não aceitação” mina dolorosamente seu mundo interior. Na câmara secreta de sua alma, vagueia de um lado para outro, obcecado pela posição e cercado pelo vazio. O resultado quase sempre é loucura, prepotência, autoritarismo, radicalismo, que ele pretende chamar de liderança.
Existe remédio para o coração orgulhoso? Sim, existe remédio para todas as doenças da alma: Jesus. Um dia, o Mestre recebeu o orgulhoso Pedro, homem rude, áspero e cheio de complexos, sempre querendo chamar a atenção. “Todos estes Te negarão, mas eu nunca”, disse com soberba, prometendo ser fiel a Jesus. Falhou. Você conhece a história. Falhou feio, mas o amor de Jesus o transformou e o fez um homem humilde, capaz de oferecer a vida pelo Mestre.
Busque hoje a Jesus, deixe-se moldar por Ele porque “abominável é ao Senhor todo arrogante de coração; é evidente que não ficará impune”.
(texto de Alejandro Bullón - Meditações Diárias 2007 - Janelas para a Vida) http://www.cpb.com.br/htdocs/periodicos/medmat/2007/frmd2007.html

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Preocupar-se ou contemplar?

Lembro-me, Senhor, do Teu nome, durante a noite, e observo a Tua lei. Sal 119:55.
Tudo dera errado naquele dia na vida de Francisco. A turbulência financeira que o país atravessava parecia ser a gota d’água que faltava para que sua empresa fosse ao fundo do poço. Naquela fábrica estavam investidos seus recursos financeiros, seus sonhos, suas esperanças, expectativas de vida e anos de dedicação e esforço.
Deitado na cama à noite, não conseguia dormir. Virava de um lado para outro, tentando descobrir uma saída. Mas só via sombras e escuridão à sua volta.
Francisco, como nossa sociedade, ignorava o salmo de hoje: “Lembro-me, Senhor, do Teu nome, durante a noite.” Parece que as pessoas preferem a preocupação do que a contemplação. Qual é a diferença? A preocupação concentra sua energia no problema. A contemplação leva a olhar para cima e ver a Deus. Preocupando-se, você faz como a pessoa que está se afogando no mar: dá braçadas improdutivas para todo lado, engole água e se desespera. Contemplando a grandiosidade divina, você compreende que nem tudo está perdido, embora do ponto de vista humano pareça que não existe saída.
“Lembro-me, Senhor, do Teu nome, durante a noite”, exclama Davi. O nome pelo qual Deus Se identifica a Si mesmo é: “Eu Sou”. O segredo da vida vitoriosa está em saber quem é Deus e quem é você. Há coisas que só Deus pode fazer, e há coisas que Deus não fará em seu lugar.
Davi, como todo ser humano, enfrentava problemas. Um jovem pastor de ovelhas, como ele, perseguido pelos exércitos do rei, parecia um problema sem solução. Mas quando a noite chegava, em vez de atormentar-se com suas preocupações, Davi contemplava a Deus. Então uma paz extraordinária inundava seu coração porque sabia que existiam princípios estabelecidos para reger o destino do Universo e da vida. Davi chama esses princípios de lei. “Observo a Tua lei”, ele afirma. Pode haver derrota quando você está disposto a seguir as instruções divinas? Por isso, diga hoje: “Lembro-me, Senhor, do Teu nome, durante a noite, e observo a Tua lei”, e parta sem medo para os desafios que a vida lhe apresentar.
(texto de Alejandro Bullón - Meditações Diárias 2007 - Janelas para a Vida) http://www.cpb.com.br/htdocs/periodicos/medmat/2007/frmd2007.html

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Estender a mão

Não te furtes a fazer o bem a quem de direito,
estando na tua mão o poder de fazê-lo. Prov. 3:27.
A teoria da sabedoria é o conhecimento, e a prática acertada do conhecimento é sabedoria. Isto quer dizer que o ser humano que deseja viver sabiamente precisa “entender” que fazer o bem é parte do seu próprio bem-estar? Não! Precisa mais. Entender não é estender a mão. Entender é teoria. Estender é a prática. A sabedoria junta ambas de uma maneira admirável.
Todos os dias, em qualquer esquina, está em nossa mão fazer o bem. Oportunidades não faltam. Não é preciso procurá-las. Estão em nosso caminho, com a mão estendida. Não são apenas esmoleiros ou crianças de rua. São corações feridos, vidas destruídas, gente desesperada, esperando uma palavra de conforto, um sorriso ou apenas um leve toque no ombro. Gente faminta de amor.
Outro dia, enquanto esperava o elevador, vi a arrumadeira de um hotel ser agredida por sua chefe. Retornei à tarde e encontrei-me com a moça agredida no corredor. Estava triste. Pensei várias vezes antes de falar. Tinha pressa. Devia tomar banho e trocar de roupa rapidamente porque estavam me aguardando na recepção. Estava na minha mão fazer o bem e o fiz. Olhando nos seus olhos, disse: “Você vale mais do que imagina e do que os outros acham. Não permita que palavras ditas num momento de ira tirem a paz do seu coração. Amanhã será um novo dia.”
À noite, quando retornei ao meu quarto, achei uma nota que tinha sido colocada debaixo da porta. “Obrigada, não sabe o quanto as suas palavras me ajudaram.”
Foi animador para ela e gratificante para mim. “Estender a mão” não me levou mais do que um minuto. O sentimento de bem-estar que se apoderou do meu coração deu-me uma noite maravilhosa de descanso.
Olhe em sua volta hoje. Dê um sorriso. Encoraje, anime, ofereça mais do que uma simples moeda, dê um pedaço do seu coração. Custa pouco e faz muito bem.
Se você está vivendo hoje um momento difícil, não tome isso como argumento para não estender a mão. Sempre existe alguém mais necessitado do que você. É uma lei da vida, portanto: “Não te furtes a fazer o bem a quem de direito, estando na tua mão o poder de fazê-lo.”
(texto de Alejandro Bullón - Meditações Diárias 2007 - Janelas para a Vida) http://www.cpb.com.br/htdocs/periodicos/medmat/2007/frmd2007.html

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Poder e felicidade

Ó Senhor, Deus dos exércitos, quem é poderoso como Tu és,
Senhor, com a Tua fidelidade ao redor de Ti?! Sal. 89:8.
Para que serve o poder? Qual é o motivo que leva as pessoas a procurarem o poder? Por que existem pessoas que chegam até o assassinato para conseguir o poder? Que fascínio tem?
No salmo de hoje, o salmista destaca dois aspectos do caráter de Deus: o Seu poder e a Sua fidelidade. A fidelidade de Deus é mencionada sete vezes ao longo deste salmo de cinqüenta e dois versos. Fidelidade é uma das características do caráter de Deus.
Fidelidade, em hebraico emunah, tem que ver com o cumprimento fiel das promessas divinas. Alguns eruditos traduzem emunah como “verdade”. Em Deus não há mentira. Ele é fiel e verdadeiro. Você pode confiar. O que Deus disse se cumprirá. Sempre. Ontem, hoje e amanhã.
Para que serve o poder? Em Deus, o poder serve para cumprir as Suas promessas. Apesar de tudo e a despeito de tudo. No verso dois, o salmista afirma: “A Tua fidelidade, Tu a confirmarás nos céus.” De que forma? Observe a noite escura. Há trevas por todos os lados, há frio, há morte. Trevas são símbolo de ausência de vida, de perigo, de ameaça. Por isso, a maioria das criaturas se recolhe à noite, esperando que o sol do novo dia traga vida.
Observe mais uma vez o céu. O salmista diz que Deus confirmará Sua fidelidade no céu. Então observe o céu. Quando a dor bate à porta do seu coração, quando as trevas das dificuldades parecem envolvê-lo completamente, quando experimenta angústia e medo, observe o céu. Em meio à escuridão da noite continue observando.
De repente, lá ao longe, onde o céu parece juntar-se com a terra, rompe o dia, nasce o sol e as trevas se desgarram. Existe um momento de luta. Dá a impressão de que as trevas não querem partir em retirada mas é inútil, o astro reaparece no seu esplendor, anunciando vitorioso que é hora de acordar, de levantar-se e tornar a viver.
Por isso, hoje, enxugue essa lágrima de dor e observe o céu. Nele está escrita a fidelidade das promessas divinas. Não saia de casa sem dizer: “Ó Senhor, Deus dos exércitos, quem é poderoso, como Tu és, Senhor, com a Tua fidelidade ao redor de Ti?”
(texto de Alejandro Bullón - Meditações Diárias 2007 - Janelas para a Vida) http://www.cpb.com.br/htdocs/periodicos/medmat/2007/frmd2007.html

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

O princípio da sabedoria

O temor do Senhor é o princípio do saber. Prov. 1:7.
Duas mulheres trouxeram uma criança diante do rei. Ambas alegavam que o filho era seu. Salomão precisava dar o veredicto. À simples vista, ambas tinham razão. Uma decisão errada seria fatal. O que fez Salomão? Mandou partir o menino ao meio e dar a metade para cada uma. Nesse instante, uma das mulheres disse: “Por favor, não. Prefiro meu filho vivo, embora tenha que renunciar a ele.” Imediatamente o rei ordenou que entregassem o filho àquela mulher. Só a verdadeira mãe seria capaz de uma atitude semelhante.
Como é que o rei conseguiu tomar decisão tão acertada? Salomão foi considerado o homem mais sábio do mundo. Sua fama ultrapassava os limites de seu reino. Reis e rainhas de outras nações vinham para conhecê-lo e saber qual era o segredo de sua sabedoria. No texto de hoje, Salomão apresenta a chave do seu êxito: “O temor do Senhor é o princípio do saber!” Que tipo de temor? O temor doentio que levou Adão e Eva a esconder-se da presença de Deus? Não. Na Bíblia, a expressão “temor de Deus” significa “reconhecer a Deus”, “aceitá-Lo” “tê-Lo em conta”, “saber que Ele está aí”, “reverenciá-Lo”.
A primeira atitude de uma pessoa sábia é reconhecer seus limites de criatura diante do Criador. A palavra sabedoria é usada mais de 300 vezes no Antigo Testamento, e em todas elas encontra-se a idéia de reconhecer a Deus como Ser supremo e aceitar os conselhos divinos para tomar decisões.
Você já percebeu que a vida depende de decisões? Desde que amanhece até quando anoitece, é uma decisão atrás da outra. Algumas são comuns e você pode dar-se ao luxo até de errar, como quando decide sobre a cor da roupa, ou o meio de transporte. Outras, são transcendentais. Se falhar, as conseqüências podem ser terríveis. Como é importante, em momentos como esses, saber escolher e decidir, sem duvidar nem protelar.
Este ano você precisa tomar decisões transcendentais? Não sabe como? Vá a Deus. Ele é o princípio da sabedoria. Quando você olha a vida, os problemas e as dificuldades pelo prisma divino, tudo tem sentido – até as coisas aparentemente incompreensíveis. Quando você observa a vida através das lentes do temor de Deus, os objetos sem forma se definem. A penumbra desaparece, a incerteza foge do coração e você é capaz de decidir acertadamente porque: “O temor do Senhor é o princípio do saber”.
(texto de Alejandro Bullón - Meditações Diárias 2007 - Janelas para a Vida) http://www.cpb.com.br/htdocs/periodicos/medmat/2007/frmd2007.html

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Imploro a tua graça

Imploro de todo o coração a Tua graça; compadece-Te de mim, segundo a Tua palavra. Sal. 119:58.
O infarto foi quase fatal. No dia 25 de fevereiro de 1990, o coração de Terry Shiavo parou apenas por um instante, o suficiente para que o sangue deixasse de irrigar o cérebro. A conseqüência foi um terrível dano cerebral. Na época, Terry tinha apenas 26 anos. No dia em que escrevi esta meditação ela faleceu, após quinze anos de sobrevivência em estado vegetativo. Seu caso deu volta ao mundo por causa de uma guerra judicial entre o esposo e os pais de Terry.
Um instante. Foi apenas um instante que o sangue deixou de irrigar o cérebro. Quando a oxigenação do cérebro retornou, já era tarde. A partir daquele instante, a vida de Terry carregou conseqüências funestas. Era uma vida “sem vida” e que deu origem à polêmica sobre se valia ou não a pena deixar um ser humano viver nesse estado.
Como o cérebro precisa de oxigênio, o ser humano precisa de Jesus. Por isso, o salmista exclama: “Imploro de todo coração a Tua graça.” Vivemos pela graça. Existimos pela graça e somos salvos unicamente pela graça.
Se a vida é um dom, nada fizemos para merecê-la. Um dom é um presente. Você não paga. Precisa apenas aceitá-lo.
Como você age diante de um presente? Geralmente, o valor que ele tem para você vai depender do sentimento que tem pela pessoa que lhe oferece o presente. Qual é o tipo de relacionamento que você tem com Deus? É isso que vai determinar sua forma de administrar o presente.
A única coisa que sustenta a vida é a graça maravilhosa de Deus. Separados de Deus já não vivemos, apenas sobrevivemos, às vezes em estado “vegetativo”, esperando que chegue o dia em que o coração pare de bater.
Torne hoje um dia de comunhão com o Senhor da vida. Você não precisa deixar de lado suas atividades rotineiras. Mas encare os desafios que se apresentam diante de você, com a certeza de que não está só. Deus é sua constante força. Ele está ao seu lado, mesmo que as circunstâncias adversas tenham envolvido você como densas sombras e não lhe permitam enxergar nada. Clame: “Imploro de todo o coração a Tua graça; compadece-Te de mim, segundo a Tua palavra.”
(texto de Alejandro Bullón - Meditações Diárias 2007 - Janelas para a Vida) http://www.cpb.com.br/htdocs/periodicos/medmat/2007/frmd2007.html